Por Rodrigo Ferraz
Denise del Vecchio é Medeia |
E lá na Grécia antiga, há muito mais do que 2 mil anos, surgiu o teatro. Com peças bonitinhas e engraçadinhas, comédias e com as tragédias mais trágicas que já criaram, serviram de inspiração para o todo sempre. Montar uma tragédia grega nos dias atuais já é um desafio, recicla-las sem perder a essência então chega a ser um desafio ainda maior.
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Tragica.3 em cartaz no CCBB paulista sob a batuta de Guilherme Leme estreou dia 26 de abril, o diretor ousou. Não apenas montou uma tragédia, montou três: Antígona, Electra, Medeia em atos resumidos, com só a protagonista e hora ou outra um personagem. Ele foi para um caminho arriscado, pois conseguir resumir o que cada uma dizia em menos de meia hora não é fácil.
A primeira: Antigona, é vivida por Leticia Sabatella... Uma atriz vigorosa, com recursos vocais incríveis, não é à toa que sua personagem usa e abusa do canto, parecendo um satyro grego, a atriz não apenas encanta como emociona. Caio de Andrade fez a síntese da tragédia.
Leticia Sabatella é Antigona |
A segunda é Electra, Miwa Yanagizawa é daquelas atrizes hipnotizantes, arrepiantes e avassaladoras e com Electra não foi diferente, a vítima vingativa está lá pulsante. Francisco Carlos que fez a adaptação.
E para fechar o ciclo a experiência e a força cênica de Denise del Vecchio, a atriz faz talvez a mais odiável de todas as personagens do teatro: Medeia, no texto condensado de Heiner Muller você vê de forma resumida tudo o que aquele monstro-mulher-mãe fez... Dá um gosto de quero mais e Denise mais uma vez mostra porque é das nossas maiores atrizes.
Miwa Yanagizawa é Electra |
Se eu ainda não te convenci, tem um casal, que por sinal faz a peça querendo falar com vocês em um vídeo...
Fotos: Eduardo Mello
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