Por Rodrigo Ferraz
A minha maior sorte é que todos os remakes que vi foram de tramas praticamente inéditas pra mim, só via uma cena ou outra com o Astro não seria diferente! Poderia ser uma pessoa suspeita pra comentar da novela por gostar demais tanto de um dos autores(Alcides Nogueira) quanto de um dos colaboradores(Vitor de Oliveira), mas vi a novela de forma mais isenta que imaginei!! Melhor assim... Janete Clair a Senhora das 8 e seus grandes folhetins fez a primeira versão desse, esse é o segundo trabalho que vi dela, ta certo que assim como a outra foi um remake, então estejam certos só falarei da trama atual!!
Folhetinzão, sem ser exagerado, mas a trama é grande mesmo, só não é em capítulos. Afinal 180 foram condensados em 64 capítulos, uma trama ágil que fazia você se perder caso não visse um capitulo mas sem perder o fio da meada, e isso é ruim? Ao meu ver não... Como noveleiro agradeço, pois gosto de me sentir preso há uma trama, e com uma trama onde cada bloco é sinal de muita emoção prende. Dessa vez Salomão Hayalla (Daniel Filho) não foi morto por Felipe (Henri Castelli) e sim por Clô (Regina Duarte).
Com cenários e figurinos super lativos você via tudo exagerado, do colar de Amanda(Carolina Ferraz) até o rombo na conta do grupo Hayalla passando pela casa ostensiva e grandiosa típica de famílias árabes. Na casa do patriarca assassinado Clô(Regina Duarte) foi um personagem memorável, agradava a gregos mas não a troianos e essa era a graça, com suas caras e bocas a namoradinha do Brasil viveu um personagem marcante, talvez o mais marcante desde a sua segunda Helena em Por Amor, na mesma casa de Clô viveu com Magda(Rosamaria Murtinho) sua tia conselheira e algoz ao mesmo tempo, amante do primeiro marido, espiã do segundo, Rosamaria enfim ganhou um papel a sua altura depois de muitos anos.
Nessa família temos o grande herói da história: Marcio(Thiago Fragoso) em uma atuação impecável Thiago mostra mais uma vez a que veio, desde a primeira cena difícil, a famosa cena em que o personagem fica nu como ato de revolta contra o autoritarismo do pai, falando em nudez que pena que as cenas em que personagens apareciam semi nus, com uma delicadeza impar e uma beleza plástica acabou muitos reclamaram disso, talvez por pudor eu lamento! A cena de uma das primeiras transas entre Herculano(Rodrigo Lombardi) e Amanda(Carolina Ferraz) foi memorável, e tinha nudez só pra citar um exemplo...
Falando no Bruxo, Herculano foi mais um grande personagem de Rodrigo Lombardi! Por mais maniqueísta que a trama foi, o protagonista era anti ético afinal por melhor pai, namorado e amigo que foi, o personagem roubou e não foi pouco. Com uma linda homenagem ao primeiro interprete de Herculano: Francisco Cuoco viveu Ferragus, um verdadeiro alter ego do protagonista, Marcio também conversava com o pai morto... Qualquer semelhança com obras de Shakespeare não será mera coincidência.
Alcides Nogueira enfim teve Marco Ricca fazendo um vilão como queria desde Ciranda de Pedra, e Marco se esbaldou contracenando com Rodrigo Lombardi com quem trabalhou em suas últimas peças, nunca vi o ator tão a vontade num papel, e olha que gosto do trabalho dele há tempos! Alinne Moraes e Fernanda Rodrigues as heroínas do nosso herói mandaram muito bem, lindas e competentes, a primeira fez mais um tipo marcante pra sua carreira, e Fernanda teve seu melhor momento na sua vasta carreira, Josy foi mais que uma heroína romântica morreu pra deixar vivo único elo de amor entre ela e Marcio.Carolina Ferraz, Humberto Martins, Guilhermina Guinle, Carolina Kasting, Frank Menezes, Ursula Corona e João Baldasserini também deixaram tipos marcantes pra sempre na minha memória.
Parabéns a Rede Globo pela estréia do novo horário que espero se consolide, pela idéia de ser um horário com uma trama relativamente curta, e se as futuras forem como essa muito bem escrita e com uma direção bem cuidada o horário não vai esquecer-se da estréia que foi com o pé direito!
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