Por Júnior Bueno
Aos pés do Jequitibá-rei...
Poucas vezes se viu uma novela em que a primeira e última cena a definissem tanto. Essa análise eu posso fazer hoje, depois de tantos anos em frente à máquina de fazer doido. Mas aos dez anos eu estava mesmo era maravilhado com a saga do coronel do cacau José Inocêncio (Leonardo Vieira e depois Antônio Fagundes). Primeiro temos o jovem e destemido José Inocêncio que chega aos confins da Bahia pra se aventurar como agricultor. Aos pés da maior árvore da região, ele faz um juramento: "Enquanto este facão estiver aqui, jequitibá, nem eu nem você vamos morrer, nem de morte matada, nem de morte morrida". Eu me lembro de toda a saga de Renascer e me arrepio toda vez que revejo a cena inaugural da novela.
No último capítulo da trama, José Inocêncio já velho e combalido está a beira da morte, mas não consegue descansar em paz, por causa do juramento feito na juventude. Cabe ao seu filho preterido, João Pedro (Marcos Palmeira) resgatar o facão da terra aos pés do velho jequitibá e deixar o pai partir. Ao chegar ao leito do pai com o facão decomposto pela terra, eles fazem as pazes e se despedem. Aqui eu devo dizer que choro quase sempre que vejo.
Inesquecível a fala do coronel para o filho: "Eu te amo, meu filho. Me perdoe por nunca te dizer isso."
Chorando neste momento, viu?
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