Por Natacha Mendonça
O vereador Carlos Apolinário, em um dia de abençoado resolveu inspirar-se em cidades como Londres, Milão, Estocolmo e Cingapura para criar a Lei “Pedágio Urbano de São Paulo”, com o objetivo de “aumentar a fluidez” do trânsito e promover “melhorias no transporte público”.
Um projeto deu certo nessas cidades, porque não daria em São Paulo? Há 9 anos, quando Londres implantou essa medida como forma de resolução para seus problemas, achei a ideia genial, funcionou, e além de tudo pensei na redução da poluição e naquele instante pensei: “Espero que São Paulo entre nessa onda, uhuul”. Hoje vejo como eu era tolinha. Rs
Não vou enumerar os fatores que me fazem contra, hoje, a adoção dessa medida, pois tentarei ser sucinta. É mais claro que água que a carga tributária brasileira é absurdamente elevada, e o retorno para a população é praticamente nulo. Quem depende da educação, saúde e transporte público comumente está insatisfeito.
A linha de transportes de São Paulo não comporta hoje seus usuários habituais, e não comportaria caso essa demanda aumentasse. Diante da falta de estrutura, pessoas que tentariam aderir ao projeto e evitar utilizar seu automóvel em dias úteis desistiriam facilmente e agregariam ao seu elevado custo de vida mais essa despesa e continuariam circulando no centro expandido. O dinheiro não seria destinado a melhorias, pois todos nós sabemos que verba pública geralmente é destinada aos castelos e fazendas dos queridos políticos. Se houve descaso até agora, porque um pedágio urbano mudaria a importância do transporte público para o governo? Eles só vão melhor esse transporte com esse dinheiro, mas e tudo que a gente paga e não vai pra lugar nenhum?
Uma cidade que não respeita seus ciclistas devia pensar nessa solução antes de qualquer coisa, disponibilizando ciclovias para que a população começasse aderir à ideia. O rodízio não deu certo, muitas pessoas possuem dois carros para burlar esta medida, o que indica que muito pagariam o pedágio sem pesar, se pudesse continuar com sua rotina.
Portanto, não vejo meio de isso dar certo. A ideia é ótima, e se o dinheiro arrecadado fosse utilizado para melhorias no transporte seria o trunfo nas mangas, mas não acredito que o trânsito paulistano diminuirá com essa medida, nem que o dinheiro será destinado para melhorias. Como estamos em ano de eleições, provavelmente este projeto não será votado este ano (quem seria louco de aprovar algo que a população reprova em pleno ano de eleição?). Mas tudo isso me faz pensar em uma coisa: De que tipo de pessoas o Brasil é formado? Pessoas que não se preocupam com nada que não afete seu lindo dinheiro? Sem educação e saúde, mas que votam em qualquer um?
Que não saem às ruas para protestar contra a corrupção, contra a negligência com saúde e educação? Enfim, o texto está fugindo do foco! Por favor deixem a opinião de vocês sobre esse projeto de lei, e se daria certo em São Paulo!
Até mais,
Natacha Mendonça.
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