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ASSEXUAL - Uma Outra Orientação?


Por Fábio Dias



Ia dar o título para esse post de "ASSEXUAL - Uma Nova Orientação", mas, de nova, não tem nada. O que falta é conhecimento. Recentemente estava assistindo o programa "Todo Seu" do Ronie Von e uma das convidadas era uma pesquisadora, que comentou sobre seu último trabalho acadêmico: ASSEXUAIS. Na ocasião ela explicou detalhadamente o que era essa orientação sexual. O tema até então era desconhecido pra mim, pois não via como uma orientação. Resolvi pesquisar sobre o assunto e encontrei muita coisa interessante, que acho importantíssimo compartilhar, afinal podemos conviver com alguns e não compreende-los, e o pior é a falta de conhecimento.


Sempre ouvimos falar: "Ah! Tal pessoa é assexuada!", mas já parou pra pensar que isso pode ser tão comum quanto você ser um ser um heterossexual, bissexual, ou um homossexual? Pois é! E é mesmo! E não são poucos. Questionei um amigo se ele sabia o que era um assexual, e ele me respondeuSão pessoas que não gostam de sexo, né? Eu não conheço nenhum, e acho meio diferente, pra não dizer estranho (minha opinião), mas né, se nego é feliz assim, cada um na sua. Sim, são pessoas que não gostam de sexo, mas não por uma opção, e nem por uma escolha, simplesmente são assim como qualquer outra orientação sexual. Eu conheço algumas pessoas que são assexuais, e nem se dão conta que é uma orientação, e tudo que li e vi a respeito justificam seu comportamento.

Elizabeth Abbott, especialista em celibato da Universidade de Toronto, no Canadá diz: "O novo movimento dos sem desejo é fruto das conquistas de outras minorias. "Esse é o tema do momento. Os assexuados são os novos gays. A exemplo dos homossexuais na década de 1970, eles são vistos como doentes e sofrem punições sociais por suas escolhas. Se os celibatários se reprimem em nome de uma causa, assexuados não têm impulso sexual: "Celibato é uma atitude 'santa' de controle dos instintos. Já assexualidade é vista como ausência de instintos, como se a pessoa não fosse um ser humano pleno".


O que é assexualidade?
A assexualidade é descrita como uma orientação, ao contrário do celibato, que é uma escolha. 

Os assexuais não sentem atração sexual.
Algumas pessoas descrevem a percepção de que eram assexuadas como uma espécie de "voltar para casa", ou, finalmente, compreender quem realmente eram.

Não se sabe se a assexualidade é algo que uma pessoa apresenta para toda a sua vida ou por um período de tempo.

Para vários assexuais, sexo e romance são coisas separadas. Alguns assexuais têm amizades muito próximas, embora alguns tenham relacionamentos românticos, mas não relacionamentos sexuais.

Dentro da definição há espaço para quem sente repulsa ao sexo, namora sem transar, pratica masturbação e até transa sem interesse, no intuito de agradar o parceiro.

Para os assexuais que experimentam atração romântica, alguns se identificam como assexuais hétero, gay ou lésbicas.

A Rede de Educação e Visibilidade Assexuada (AVEN), o principal centro on-line para a comunidade assexual, salienta que as necessidades emocionais variam amplamente na comunidade assexuada, assim como acontece na comunidade "sexual".
Há outras denominações por exemplo, entre assexuais românticos e assexuais não-românticos.



Romântico ou não-romântico?
Assexuais não-românticos não têm nenhuma atração romântica, portanto, em muitos casos, eles não querem ser tocados, eles não querem qualquer intimidade física.

Assexuais românticos não sentem atração sexual, mas eles sentem atração romântica. Então, eles vão olhar para alguém e não vão responder sexualmente a ele, mas podem querer se aproximar, para saber mais sobre a pessoa, para compartilhar coisas com ela.





Comunidade

Os próprios assexuais contribuíram para transferir seu comportamento do campo da patologia para o das escolhas. A partir dos anos 2000, eles passaram a se organizar em comunidades virtuais e a tentar se definir. Aos trancos e barrancos, chegaram à definição atual do que vem a ser um assexual: É uma pessoa que sente pouco ou nenhum desejo por outras pessoas.

A AVEN (The Sexual Visibilityand Education Network) é a maior comunidade online para assexuados do mundo, totaliza 40 mil pessoas, sendo 2 mil na América Latina. Com uma página na internet, o grupo afirma que ser assexuado não é uma escolha, e sim uma orientação sexual.

 

Com o slogan "It´s o.k to be A" (é o.k. ser assexuado), o grupo frequenta passeatas gays em grandes cidades como Toronto, Nova Iorque e Londres para diminuir o preconceito aos que não gostam de sexo. No fórum do site, pessoas dividem suas histórias de dúvidas e descobertas. Há quem nunca transou, quem só teve uma relação sexual, quem é homossexual e assexuado e até mesmo pais procurando ajuda para seus filhos.

Depoimentos de Assexuais
Em reportagem da Folha em Março desse ano, o estudante Ricardo Oliveira, 21, do Paraná disse: "Vivemos em uma sociedade que enaltece ideias românticas e vende sexo o tempo inteiro. A gente quer ser respeitado e não ser constrangido por não ter as mesmas motivações dos outros".

Jenni Goodchild Estudante em Oxford, no Reino Unido diz: "As pessoas dizem Bem, se você não experimentou, então como você sabe? Bem, se você é hétero, você já tentou fazer sexo com alguém do mesmo sexo que você? Então como você sabe que não iria gostar? Você só sabe que não está interessado nisso, e você não está interessado nisto independentemente de ter experimentado ou não."



A publicitária Mariana F. de 26 anos diz: "Não sinto vontade nem tenho necessidade de fazer sexo, a suspeita de eu não gostar de sexo existe desde os 15 anos, quando assisti a um filme erótico com  amigas e não gostei nem um pouco do que vi. Aos 17, a tentativa frustrada de uma relação com um namorado serviu para eu assumir internamente que ela não faria mais sexo. Eu já não gostava dos amassos. A única coisa que eu pensava era 'quando isso vai acabar? A denominação "assexuada" veio mais tarde, quando encontrei uma comunidade virtual em uma rede social e descobri que outras pessoas também não sentiam vontade de transar e conseguiam viver muito bem com isso. Foi um alívio."

Michael Doré: “Até os 11 anos de idade, eu e meus amigos éramos todos parecidos, brincávamos das mesmas coisas e tínhamos ‘nojo’ de beijo de língua e sexo. Aos 12 anos, esses mesmos garotos passaram a ficar fascinados por mulheres. Falavam sobre elas o tempo todo, idealizavam como seria transar e folheavam revistas de sacanagem. Eu não conseguia entender o que, de uma hora para outra, havia mudado tanto entre eles. Na minha cabeça, havia a possibilidade de que, cedo ou tarde, eu também fosse me sentir como eles. Cheguei a pensar que era gay. Mas, se as mulheres não me atraiam sexualmente, os homens, muito menos. Então, aos 16 anos, quando todos meus amigos e amigas só falavam e pensavam em sexo, passei a me considerar assexual. E, temendo o estranhamento das pessoas, guardei comigo esse segredo”.
***

A verdade é que esse tema ainda é bem complexo e divide opiniões. Uns defendem como uma nova orientação, outros não. Existem várias definições e estudos diferentes para o assunto. Mas, o fato é que o assunto já ganha uma  proporção, e se torna cada vez mais presente no cotidiano.

Conhecem algum assexual? O que sabem do assunto!?



Fontes de pesquisa:
AVEN
FOLHA DE SÃO PAULO
BBEL

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