Atualizações das postagens Recentes

6/recent/ticker-posts

Espaço para anúncio

Responsive Advertisement

ENTREVISTA: Cláudia Raia - A vilã Lívia de Salve Jorge



1) Na trama de Gloria Perez, Lívia é a grande vilã, totalmente fria, má, perversa. Ela realmente passa por cima de quem estiver a sua frente para alcançar seus objetivos?
Ela é uma mulher que trabalha com luz e sombra ao mesmo tempo. É uma personagem de luz, mas que ninguém enxerga esse lado obscuro nela. É poderosa, forte, rica, sofisticada e leve. Uma querida, mas, na verdade, é um traste de mulher, um verdadeiro demônio. Até porque sobrevive das desgraças dos outros. Ela é a cabeça do tráfico humano no Brasil. Para você ter uma ideia ela ganha 32 milhões de euros por ano e tem jato, iate, tudo de dinheiro que ganha aliciando meninas jovens que são levadas para outros países. Ao todo, Lívia tem 94 boates de prostituição no mundo inteiro e vive de ludibriar as meninas, oferecendo 1.500 dólares por mês para elas serem garçonetes, onde no final, acabarão se prostituindo e morando como ratos, amontoadas. Ao tentarem fugir, elas são mortas.

2) Carolina Dieckmann disse que as cenas da personagem dela são fortes e em alguns momentos ela chegou até chorar. Você também se emocionou dessa forma ao terminar as primeiras gravações?
Eu tenho uma maneira diferente de trabalhar. Para mim é tudo uma grande brincadeira. Não posso me envolver dessa maneira como a Carol porque pra mim fica difícil. Quanto a me desligar, eu consigo. Claro que no começo, a época dos workshops, quando eu encontrei as meninas aliciadas, as mães, e fiquei sabendo das histórias contadas, foi horrível. Passado isso, eu tenho que pensar com o raciocínio da personagem. Não adianta ser diferente. A Carol é a vítima, mas eu tenho 200 capítulos para fazer e tenho que pensar com o raciocínio da Lívia. Preciso ser a mais crível possível para as pessoas acreditem nela.


3) Ao estar de frente com essa realidade do tráfico humano, você ficou surpresa com essa realidade até então desconhecida?
Surpreendeu sim. É muita coisa que a gente não tem a menor noção porque não faz parte do nosso dia a dia. A gente não tem ideia. Essa organização é tão bombada, tão obscura, que não se consegue ter acesso a essa mulher que é a Lívia, a grande cabeça. Nos workshops a gente falava e não conseguia chegar na cabeça do grupo. Por isso, eu acho importante isso vir à tona, poder dizer o que acontece no mundo inteiro e não só aqui ou na Turquia. Ainda na fase do workshop ouvi a história de uma mãe que chorava a morte da filha, que tentou reagir e apareceu morta, degolada, nua e no meio da rua, em Berlim, isso mexeu demais comigo. Eu conheci essa mãe pessoalmente e eu chorava sem parar.

4) A Ângela Vidal, de "Torre de Babel", foi uma vilã bem má. Você acredita que a Lívia supera a vilã de "Torre de Babel" pelo fato de ser fria e sem sentimento?
Acho que ela é a melhor vilã. Eu fiz também a Ângela, que foi incrível, um trabalho primoroso. Porém, a Lívia é mais cruel. Ela não tem essa coisa de psicopata. Já nasceu má, ruim mesmo. Se ela tiver família, ela coloca para debaixo do tapete e segue em frente. É bem esse perfil.

Como Ângela Vidal em Torre de Babel
5) Você entrou no ar em uma novela do horário nobre, dando vida a uma vilã, um posto que até então pertenceu a Adriana Esteves, como a Carminha de "Avenida Brasil". Você sente o peso de ter substituí-la no imaginário dos telespectadores?
Primeiro eu devo dar os aplausos para ela que teve um trabalho espetacular. A Adriana é uma grande atriz. "Avenida Brasil" foi uma grande novela e que bom que a gente tem a oportunidade de ver bons autores no ar. Agora tem a Glória (Perez), que tem outro tipo de assinatura, de estilo, totalmente diferente do João Emanuel. Trata-se de uma novelista completamente diferente, uma vilã completamente nova. E Glória vem com uma vilã com o pé no peito. Quando ela faz uma vilã, é vilã mesmo. Não tem meio termo. Na trama, ela mostra quem é quem de verdade. Tomara que eu tenha a sorte de desenvolver um bom trabalho também como a Adriana (Esteves) fez.

6) Para viver a vilã Lívia, você mudou o visual. Gostou do resultado?
Dei uma mudada no cabelo e estou chique de morrer! Amei esse cabelo. O figurino, que está lindo, é leve de tons pastéis, só tem nude, branco, cinza claro, é a luz da personagem, que traz muito brilhante, é rica, chique, sofisticada.

7) Você torce para que até o final da trama Lívia seja punida?
Com certeza! Não tem como eu torcer pela minha personagem. Vamos ver como isso vai desenrolar, mas o ritmo dessa novela é puxado. Na trama o personagem da Totia (Meireles) é o braço direito dela. Já a Vera (Fisher) é uma das gerentes das boates da Lívia, que descobre que foi sacaneada por ela. Qualquer pessoa pode ser vítima da Lívia, pois ela acha que é traída por qualquer um.

Com seus filhos Enzo e Sofia

8) Para viver a personagem na trama de "Salve Jorge", você chegou a conversar com seus filhos, em especial com Sofia, que é muito nova, já que Lívia é uma mulher forte e que vai aprontar muito na trama?
Eu falei e preparei a Sofia. Eles sabem e me ajudaram a aceitar o papel da Lívia. Tudo foi conversado e preparei o terreno em casa. 

9) Você está com 45 anos e com um corpo super em forma e uma pele linda. Quais são os seus segredos de beleza?
Como eu tenho a pele clara e nunca gostei de pegar sol, não saio de casa sem usar o bom filtro solar. Para não correr o risco de ficar sem meu filtro solar, tenho vários espalhados pela casa, bolsa, no carro. Em relação ao cabelo, estou sempre cuidando. Quando estou fazendo novela e o tempo fica curto, falo até mesmo uma máscara de hidratação no Projac. O resultado fica bem bacana.


Entrevista originalmente publicada na Revista Moema & Campo Belo
Elaborada por Márcio Mello

Postar um comentário

0 Comentários