Por Rodrigo Ferraz
Quando soube que Sangue Bom seria o nome da atual trama das 19h, confesso não gostei! Mas hoje, concordo e acho que não poderia ter um nome melhor. Além da Expressão de Gente do bem, Sangue bom pode ser levado ao pé da letra, e o sangue unirem, definindo ou não a índole de cada personagem. O fio condutor da trama são os jovens: Bento (Marco Pigossi), Amora (Sophie Charlotte) e Fabinho (Humberto Carrão). Criados num orfanato acolhedor da Casa Verdecada um seguiu um rumo e as suas origens no passado os fazem ser quem são hoje.
Fabinho foi morar no interior, guardou mágoas de não ter sido criado por uma família rica. Hoje sabemos que ele é filho do diretor Plínio (Herson Capri) e da atriz Irene (Deborah Evelyn), e que por causa da depressão pós-parto dela, muito possivelmente por causa de descobrir que Plinio tinha um envolvimento com Barbara Ellen (Giulia Gam), ele foi deixado no orfanato. Descobrimos recentemente que isso tudo foi uma armação da vilã mor da trama, um grande e rico papel que Giulia Gam faz muito bem. Carrão mais uma vez está muito bem, assertivo, o ator é o grande vilão da trama sem ser nem um pouco caricato ou exagerado como é comum nos vilões do horário.
Amora, hoje em dia é uma it girl, filha dos sonhos de Bárbara, mas que viveu no orfanato por muitos anos. O trauma de não ter um mísero sapato na infância a fez virar uma colecionadora voraz do item. Sophie é por muitos criticada, mas pra mim está mais uma vez exata, é sua segunda trama com texto de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari e assim como a versão de 2010 de Ti Ti Ti, ela acerta o passo e faz uma protagonista dúbia, que não tem como não querer odia-la, mas entender muitas atitudes suas.
Bento, é um herói típico, dividido entre o amor próprio e o mundo fugaz do seu grande amor Amora. Ele também é disputado por Malu (Fernanda Vasconcellos) e Giane (Isabelle Drummond), mas o que mais me empolga no seu personagem é justamente o que disse acima, suas origens. Ele na verdade é filho de Wilson (Marco Ricca), - a quem vive batendo de frente, e neto de Gloria (Yona Magalhães) - e que presente é a escalação dessa grande atriz. O primeiro encontro de Bento e Gloria foi lindo, no meio do jardim da matriarca, um fado português ao fundo, tinha um Q de “Os Maias”, obra prima que Maria Adelaide Amaral adaptou do livro de Eça de Queiroz, ela e o escritor por sinal são de origem portuguesa, assim como a musica, será mais uma volta às origens?
Sangue Bom é empolgante, jovem e pulsante... Há outras atuações à destacar como Malu Mader, Marisa Orth e mais alguns. Há pequenos erros de escalação, mas não comprometem nem um pouco a novela. Eu não perco, e você? Gosta de Sangue Bom também??
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