Por Rafael Barbosa
Hoje em dia é cada vez mais complicado um casal de novela conquistar a torcida e a simpatia do público. Atualmente, tem se tornado comum casais protagonistas serem rejeitados, fazendo com que seus autores os mudem de par ao longo dos capítulos de uma trama, ou até dando ênfase há um casal coadjuvante que chame mais atenção. O romance é algo inerente à uma boa novela e em qualquer outra obra de ficção, um ingrediente que não pode faltar em qualquer que seja o estilo de uma trama, e é óbvio que o público adora um bom casal e deseja torcer por ele, mas para que isso ocorra é necessária uma série de requisitos. Talvez o requisito mais importante seja a tão falada química e sintonia entre os atores que formam o par, por isso a escolha destes é determinante para que um casal dê certo.
Atualmente, como dito acima, em tempos difíceis de emplacar casais, um certo par romântico tem conseguido se sobressair gerando uma grande torcida do público e causando uma verdadeira comoção nas redes sociais. Refiro-me a Giane e Fabinho de Sangue Bom, brilhantemente interpretados por Isabelle Drummond e Humberto Carrão que hoje formam o casal sensação da novela, e olha que Sangue Bom tem outros ótimos casais, mas sem o burburinho que “Gianinho” - como é carinhosamente chamado pelos internautas - causa nas redes sociais. Giane e Fabinho reúnem todos os requisitos para um bom par romântico, mas o principal fator para o sucesso é sem dúvida a química entre Isabelle e Carrão, e o carisma de ambos, parceria essa que não é novidade. Anteriormente os dois já haviam vivido um par romântico que deu certo no mega sucesso Cheias de Charme, ela vivendo a sofrida empreguete Cida, e ele o bom moço Elano. Neste caso a história do casal foi quase que um conto de fadas e o público aprovou, vibrou e torceu. Com certeza, os autores e diretores de sangue Bom atentaram para isso e decidiram repetir a parceria da dupla.
Essas repetições de pares românticos é algo bem recorrente na história da teledramaturgia. Olhando lá para atrás, quando os pares românticos e as dificuldades que enfrentavam para ficar juntos dominavam uma novela, era comum parcerias entre atores que deram certo, se repetirem em vários trabalhos e essas parcerias mexiam bastante com o imaginário do público. Entre 1968 e 1969, durante as exibições de A Gata de Vison e Passo dos Ventos, exibidas respectivamente às 21h30 mim e ás 19h, acostumado a ver sempre Yoná Magalhães junto de Carlos Alberto e Glória Menezes junta de Tarcísio Meira, o público rejeitou quando os casais foram trocados: Glória Menezes com Carlos Alberto ás 19h e Yoná e Tarcísio ás 21h30. Foram muitas as parcerias que fizeram e fazem sucesso nas telenovelas, seriados, minisséries e no cinema, portanto este post propõe relembrar alguns dos mais notáveis. Vamos lá:
Yoná Magalhães e Carlos Alberto
Nos anos 60, recém inaugurada, à rede globo começa a produzir suas novelas, todas naquele estilo exótico e capa e espada da cubana Glória Magadan. Yoná e Carlos Alberto protagonizaram juntos várias novelas deste período e a dupla fez muito sucesso como par romântico, dominando a atenção do público. Atuaram juntos em: Eu compro esta mulher (1966), A sombra de Rebecca (1967), O homem proibido, mais conhecida como Demian, o justiceiro (1968), A ponte dos suspiros (1969) e Simplesmente Maria (1970).
Glória Menezes e Tarcísio Meira
Ícone na televisão brasileira, a história de amor dos dois na vida real se confunde com os grandes casais apaixonados que viveram nas telenovelas, consolidando assim uma parceria de sucesso tanto na vida quanto na profissão. Dominaram a atenção do público nos anos 60 e 70. Formaram o par romântico da primeira telenovela diária brasileira, 25499 ocupado (1963) e protagonizaram inúmeras outras histórias juntos: A Deusa vencida (1965), Almas de pedra (1966), Rosa rebelde (1968), Irmãos Coragem (1970), Cavalo de aço (1973), Espelho mágico (1977), Torre de babel (1998) A favorita (2006) entre outras.
Regina Duarte e Cláudio Marzo
Regina teve grandes parcerias ao longo de sua carreira, mas foi ao lado de Cláudio Marzo que ela viveu grande parte de suas mocinhas de sucesso nos anos 70, se consagrando assim como a eterna namoradinha do Brasil. Os dois protagonizaram Véu de noiva, sucesso de Janete Clair nos anos 70 e que marca a grande virada do gênero na TV globo, onde as novelas se modernizam e se tornam essencialmente brasileiras. A dupla atuou ainda em: Irmãos Coragem (1970) , Minha doce Namorada (1971) e Carinhoso (1973).
Regina Duarte e Francisco Cuoco
Francisco Cuoco também foi um grande parceiro romântico de Regina Duarte na telinha. Os dois experimentaram a parceria em “Legião dos esquecidos” na Excelsior em 1968. Já na Globo compartilharam o grande sucesso de Selva de Pedra, novela escrita por Janete Clair em 1972, onde viveram o antológico casal Simone e Cristiano Vilhena, referência quando se discute par romântico de novela. A dupla repetiu a dose em Sétimo sentido dez anos depois em 1982.
Susana Vieira e José Wilker
Susana e Wilker formaram juntos vários casais e como Susana mesma diz, Wilker é seu eterno par romântico em novelas. A parceria dos dois começou com os protagonistas do grande sucesso de Cassiano Gabus Mendes, Anjo Mau em 1976, onde ela viu a ardilosa babá Nice que fazia de tudo para seduzir o patrão Rodrigo, vivido por Wilker. A parceria se repetiu várias vezes depois, com grande destaque para o divertido casal Demóstenes e Rubra Rosa em Fera Ferida (1993) que incendiava a novela literalmente e para Maria do Carmo e Giovanni Improtta do “felomenal” sucesso Senhora do destino em 2004. Estiveram juntos ainda mo sucesso A próxima vítima (1995) e Duas Caras (2007).
Glória Pires e Tony Ramos
Essa parceria é recente se comparada ao pares anteriores, mas é mais uma que deu muito certo. Glória e Tony viveram ótimos casais tanto nas novelas como no cinema nos últimos anos, com muito sucesso. Os dois se encontraram em Belíssima em 2006, onde ela viveu a empresária Júlia e ele o grego Nikos. Em 2007, na novela Paraíso Tropical os dois garantiram a torcida do público para o romance do duro Antenor Cavalcanti com a doce Lúcia. Mas foi no cinema que a dupla se tornou sucesso absoluto ao protagonizar o Se eu fosse você e Se eu fosse você 2, na pele do casal que troca de corpo. É nítida a sintonia entre ambos e espera-se que eles voltem a viver um grande casal nas novelas, pois há grande chance de dar certo.
Cláudia Raia e Alexandre Borges
Cláudia Raia e Alexandre já atuaram tantas vezes juntos que Cláudia chegou a dizer em tom de brincadeira antes de se separar de Edson Celulari, que tinha mais intimidade com Alexandre do que com o marido. Os dois já fizeram par em seis novelas, e sempre que se juntam o casal funciona, sempre como pares divertidíssimos. O encontro dos dois foi em 1995 na minissérie “Engraçadinha, seus amores e seus pecados” onde protagonizaram juntos uma das mais ardentes cenas de sexo da teledramaturgia nacional. Tanta química justificou as repetições, com destaque para a transexual Ramona e Leonardo em As filhas da mãe (2001) e os divertidos Jaqueline e Jacques Leclair na segunda versão de Ti ti ti (2010). Atuaram ainda em O beijo do vampiro (2002), Belíssima (2006) e no seriado Mulher (1999).
Carolina Ferraz e Eduardo Moscóvis
Os dois praticamente não atuaram juntos, foram apenas dois pares românticos, mas a química entre os dois foi tanta que é impossível não se lembrar da dupla ao se falar sobre pares românticos das telenovelas. Os dois se encontraram em Por Amor em 1997, um grande sucesso de Manoel Carlos onde ele viveu o piloto Nando e ela a modelo Milena, os dois viviam uma tórrida paixão que enfrentou muitos obstáculos como as diferenças sociais e as armações da vilã Branca Letícia de Barros Motta vivida por Susana Vieira. A química dos dois pegava fogo quando eles se encontravam. A parceria se repetiu no remake de Pecado Capital assinado por Glória Perez em 1998, em que ele viveu o taxista Carlão e ela a jovem Lucinha.
Malu Mader e Felipe Camargo
Essa é outro exemplo de parceria romântica que pouco trabalhou junto, mas deu tão certo que se tornou emblemática na história da teledramaturgia brasileira. Malu e Felipe fizeram um único par romântico em uma das minisséries mais bem-sucedidas da TV, em 1986, vivendo Lurdinha e Marcos, mas o par é um dos mais importantes da Teledramaturgia e fez um grande sucesso entre o público na época. Tantos anos depois, a dupla se reencontrou na atual Sangue Bom e vive novamente um casal, dessa vez na pele de Rosemere e Perácio, que homenageia a primeira parceria.
Lília Cabral e José Mayer
Essa é mais uma parceria bem-sucedida em telenovelas e o curioso dessa dupla é que eles viveram famosos ex-casais tanto na TV como no cinema, e na primeira vez que viveu um casal romântico com direito a uma grande história de amor, o resultado não deu muito certo. Isso ocorreu em Saramandaia finalizada há pouco tempo na Globo, onde pela primeira vez viveram um par romântico de fato. O casal sofreu alguma resistência no inicio por causa das cenas melosas, mas no decorrer da trama o romance ganhou ares de amor bandido e teve um desfecho épico onde os dois são engolidos pelos destroços da mansão de Zico Rosado após a casa desmoronar. Estiveram juntos em Histórias de amor (1995), Viver a Vida (2009), Fina Estampa (2011) e no filme Divã (2009).
Adriana Esteves e Marcos Pasquim
Os dois se encontraram na década de 2000 e formaram uma ótima parceria, embora seus casais não tenham causado grande comoção, os dois têm sempre uma ótima sintonia. Protagonizaram juntos três novelas. Em Kubanacan, novela de Carlos Lombardi exibida em 2003, foi onde eles viveram aquela que pode ser sua parceria mais bem-sucedida. Ele viveu o típico herói Lombardiano, o desmemoriado e descamisado Estebam que vive uma paixão arrebatadora com Lola, uma atrapalhada heroína romântica, um dos melhores papéis de Adriana. A dupla voltou a se encontrar em A Lua me Disse (2005) e Morde e Assopra (2011).
Diante disso, pode-se dizer que Isabelle Drummond e Humberto Carrão têm tudo para se juntar à lista de grandes parcerias românticas da teledramaturgia nacional, até porque já estão sendo divulgadas algumas notas que afirmam o desejo de Filipe Miguez e Isabel de Oliveira, autores do primeiro casal formado pela dupla, de te-los em sua próxima novela com título provisório de Geração Brasil, não se sabe se é para mais um casal. E aí, que tal relembrar outras parcerias? Alguém aí se lembra de algum casal de atores que se repetiu e que deu certo junto?
0 Comentários