Por Raul Santos
The Voice Brasil, o reality show musical da Rede Globo, em sua segunda edição, causa maior repercussão que a anterior. É notória a presença de maiores comentários nas redes sociais, isto talvez se deva pelo fato da mudança de horário, que lhe causou muito bem.
O programa recebe milhões de comentários nas noites de quinta-feira, porém vem sofrendo nas ultimas semanas criticas negativas. Uma questão óbvia, vindo que os últimos programas tem sido de eliminatórias, o que causa a revolta dos fãs pelos seus candidatos favoritos. Mas além das criticas em relação à eliminação, uma parte se deve pelo comportamento dos jurados e também pelas ‘regras’ do programa.
No tira-teima do programa do dia 4 de dezembro, não houve a opção do “Peguei”, que ocorreu na mesma fase com os candidatos que se apresentaram na semana anterior, e a única resposta que foi dada aos telespectadores pela retirada da regra foi de que, como era um tira-teima e não deveria ocorrer uma nova chance aos que não foram escolhidos. Até entendemos a explicação que é coerente, mas pensassem nisto antes. É injusto metade dos candidatos terem outra chance, e a outra não. Isto deixou os participantes e seus fãs surpresos e sem reação devido à mudança de regra ‘ao vivo’.
Os jurados do programa se comportam como fãs e telespectadores. Carlinhos Brown, apesar de um grande compositor, não serve para estar como julgador de um programa em que há versatilidade de cantores. O jurado se restringe em sua ideologia, e apesar de ter um time versátil, os finalistas de seu grupo se fecham há um único estilo musical. Como jurado é necessário à junção de seu gosto, com o do público. E parece que Carlinhos Brown não se tocou nisso, ao eliminar os ótimos e populares cantores Rafael Furtado e Rodrigo Castellani, os únicos que representavam o rock em seu time, o que soou por grande parte dos telespectadores, é que há certo preconceito por parte de Brown, mesmo não sendo a sua intenção.
Rafael Furtado e Rodrigo Castellani representavam o rock
Não julgando o talento dos finalistas, mas percebemos que cantores como Cecília Militão, Pedro Lima e Rubens Daniel não tem um estilo musical evidente, são típicos calouros que cantam de tudo um pouco. E para ser a voz do país, um artista, é de total necessidade essa identificação musical e posicionamento artístico. Gabby Moura ao contrário, representa bem seu estilo e se mostra versátil ao ir do samba, rock à MPB. Mas na versão anterior, tivemos Ellen Oléria como a campeã e os perfis das duas são semelhantes. Cláudia Leitte deveria ter levado para a final, um candidato que se difere da vencedora, vale a pena ver de novo não será legal. Ela também apostou em Sam Alves, que é vangloriado pelo público. Mas noto que o cantor chama mais atenção pela performance e o repertório popular que leva ao gosto da massa. Não consigo enxergar como um grande e bom cantor brasileiro. Marcos Lessa, excelente candidato que representa muito bem a MPB, mas sua popularidade é pequena, e é visível sua chegada a semifinal devido ao gosto de Brown.Lucy Alves une talento, personalidade e popularidade, e para mim, seria a mais merecedora do prêmio. E Luana Camarah, que chamou muita atenção nas audições, mas que se mostrou limitada ao cantar por duas vezes músicas de uma mesma banda. Sem contar a rapidez na sua pronuncia, que fica difícil de entender o que ela está cantando.
Pedro, Luana e Sam, cantores mais populares da edição
E para fechar, o formato do programa é aquém do talento de seus participantes. As apresentações não passam de dois minutos. O candidato ao se apresentar, aparece o nome de outro concorrente na tela, uma falta de respeito. Sem contar que, a votação para o público é aberta, antes mesmo dos participantes se apresentarem. O programa deixa claro que é uma competição pela popularidade, e a apresentação de nada vale. The Voice Brasil, mostra que sabe dar audiência ao apresentar um grande show nas noites de quinta-feira. E ao acabar, já com vencedor, a emissora não faz questão de continuar divulgando o trabalho dos seus vencedores, deixando transparecer que tudo aquilo foi descartável (para a memória de muitos). É válida a vitrine, que abre portas principalmente no meio alternativo, e quiçá almejar o sucesso, não muito pela ajuda da emissora.
Sobre o autor: Raul Santos tem 17 anos, é estudante do ensino médio pelo IFSP Campus Salto. Mora em Salto, interior de São Paulo, desde que nasceu. Desde infância, é aflorado o seu interesse por dramaturgia e a música. Para ele, é um meio de escape para a agitação da vida humana. Gosta de escrever e também desenhar. Um breve resumo, de um resumo breve da jovem vida.
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