Por Rodrigo Ferraz
Davi Kinski é múltiplo, ele que já esteve aqui em mais de uma enquete é um artista com inúmeros talentos, ator, cineasta, captador de recursos, poeta... E como poeta ele lança seu primeiro livro: “Corpo Partido” próxima sexta-feira a partir das 19h30 no D4 Boteco Galeria (fica na Rua Consolação, 3417 em São Paulo). Nessa entrevista ele conta como cada área é importante pra ele, suas referencias, novidades na carreira (uma delas em primeira mão) e muito mais... Vamos conferir e prestigiar esse lançamento?
1-) O Davi é múltiplo, queria que você contasse o que cada área representa pra ti!
Sim, sou bem inquieto. Eu procuro me envolver com aquilo que me motiva, seja como ator, produtor executivo, cineasta e até mesmo poeta. Entendo que com intensidade e entrega as coisas tendem a fluir de maneira natural. O teatro me acompanha desde pequeno, me sinto em casa e preciso do teatro na minha vida como um filho precisa do lar, é minha essência. No cinema me sinto realizado como diretor, a câmera proporciona uma "redescoberta" do mundo, o cinema transforma em estética a sua maneira de olhar e de entender o ser humano, vejo no cinema a possibilidade infinita de criar universos próprios. O produtor entra com o pé no chão nessa história toda, produzir e captar recursos me da o prazer de ver projetos ganharem forma. É muito estimulante ver profissionais trabalhando por meio de uma produção, ou captação sua, produzir e captar é realizar ou co-realizar, sem duvidas me da um prazer imenso em lutar por algo tão fundamental a nossa sociedade, um povo sem cultura não tem identidade. Já escrever é inerente para mim, preciso da literatura para assimilar a vida, a poesia está em tudo, basta alargar os olhos para perceber o quanto temos de lirismo em nosso cotidiano.
2-) Quais são as maiores referencias literárias?
Inúmeras, em literatura brasileira: Hilda Hilst, Ana Cristina César, Caio Fernando Abreu, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Ferreira Gullar. Universal: Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Bocage, Rilke, Allen Ginsberg, Katherine Mansfield, Viriginia Woolf, Ezra Pound, Marcel Proust etc.
3-) O Corpo Partido começou há muitos anos, por que demorou tanto tempo para ser publicado??
Sim, comecei a escrever este livro aos 15 anos de idade. Acho que é um livro muito denso, precisava de um bom tempo para maturar e escrever ele. Confesso que da medo lançar o primeiro livro, ainda mais se tratando de poesia e no Brasil. Mas acredito hoje em dia o suficiente no material que será lançado, precisei me dar esse tempo para começar a trabalhar no contato com as editoras.
4-) Poesia geralmente toca na alma mais profundo e mais rápido que um romance, o que mais te empolga ao ler e ao escrever uma?
Para mim o poema é uma sagração, um espaço para praticar sua religiosidade intima, um meio de entender ou experimentar uma emoção. Já dizia o mestre Gullar, está na sua boa ou na minha boca a palavra que se converterá em beleza, ou não. Precisamos do belo, precisamos da arte, só assim conseguimos combater ou até mesmo despertar o indivíduo para um contato mais próximo com a essência humana. Portanto o que me desperta ou porque me empolga um poema? Pelo simples fato dele me despertar para a vida, por conseguir me sensibilizar, a boa poesia te alimenta sempre.
5-) Quais são seus outros projetos que você pode adiantar com exclusividade para nós?
Bem estou com a minha agencia (Play Cultural) a todo vapor e com diversos projetos excelentes em captação. Em paralelo estou em pré produção de um documentário sobre sexualidade, inspirado no site Pau Pra Qualquer Obra, roteiro de Adriana Falcão. E o que posso te contar em primeira mão pro Cabide é um espetáculo para teatro que também estou em fase inicial, se trata de um texto de Caio Fernando Abreu, e no elenco está eu e Elke Maravilha em cena de quem sou fã, evoé!!
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