Por Raul Santos
A nova novela global das seis apresenta uma sutileza em detalhes, atuações e ações. É quase como você estar diretamente relacionado nos dramas familiares, por conta do texto tão intimista, fácil, mas ao mesmo refinado e poético. É praticamente impossível não se envolver com as dores e amores das sete vidas e daqueles que as cercam. E o grande mérito, é de todo o conjunto – atores, diretores e os autores Lícia Manzo e Daniel Adjafre.
Lícia Manzo vinda de “A Vida da Gente” se firma com uma das autoras mais poderosas no diálogo, e na renovação da arte de fazer novela da vida (ou fazer da vida uma novela). Mas a vida retratada aos olhos e ao texto de Lícia é bem distinta das que estamos acostumados em assistir. Sem maniqueísmos ou personagens estereotipados, deparamos com uma trama sem grandes pretensões, mas que não deixa de ser ágil. Como o próprio diretor Jayme Monjardim disse: “nas nossas novelas o vilão é a vida”.
Com personagens reais, daqueles que conhecemos alguém com o perfil parecido, “Sete Vidas” fisga o telespectador pela realidade nua e crua quando necessária e leve e poética, nos momentos propícios. E vidas muito bem casadas com uma trilha sonora primorosa. Resta você ligar a tevê no horário das seis e continuar assistindo a vida. As nossas vidas. Lícia e equipe merece sua atenção.
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A proximidade das personagens com as pessoas do cotidiano se exemplifica em dois personagens: Bernardo (Ghilherme Lobo) jovem fechado e por muitas vezes apático, mas que sutilmente mostra seus sentimentos. E Laila (Maria Eduarda Carvalho) sincera, inconveniente, daquelas que dizem as coisas na cara, e que esconde fracassos e tristezas em falsas alegrias e despretensões.
Isabelle Drummond (Júlia) e Jayme Matarazzo (Pedro) se destacam como um dos casais centrais da trama. Júlia nos primeiros capítulos, assim como milhares de jovens, apresentava indecisão do futuro profissional. E Pedro, o exemplo de bondade e honestidade, mas que também se exalta, como mostrada nas cenas de tensões com os irmãos Bernardo e principalmente, Laila.
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