Por Raul Santos
“OS QUE LUTAM
Há aqueles que lutam um dia; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;
Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis.” (Bertold Brecht)
Vivemos tempos de caos político, em que vozes de repressão e autoritarismo cada vez ecoam com mais força e repressão. Apesar de todo desânimo que nos assola e a falta de uma perspectiva positiva futuramente, que faz enfraquecer e desacreditar. Porém em meio a este cenário de horror, têm-se uma juventude que representa a luta, garra e coragem para um presente e futuro progressista. E na ficção essa juventude é representada por Miguel, de Gabriel Leone em “Velho Chico”.
Gabriel Leone em “Velho Chico” (Fonte: TV Globo)
Na frente contra as injustiças sociais, Miguel representa a juventude que está farta do autoritarismo. A mesma juventude que lutou contra a ditadura, a mesma, que lutou nas “Diretas Já”, a mesma, que hoje luta contra o genocídio indígena marcada pelo coronelismo sangrento. A que luta contra o agronegócio. Contra a opressão de latifundiários. Contra Saruês. A mesma que acredita na agricultura familiar. Que luta pela ampliação dos programas sociais. A que luta pela democracia. Miguel é o retrato da história do Brasil, de um histórico de lutas. De uma geração que não esmorece e que avista atrás das montanhas a utopia de um país mais digno e justo.
Toda a veracidade e intensidade desse retrato de luta da juventude através das expressões de Miguel, deve-se ao comovente trabalho de Gabriel Leone. Acompanhado de um texto poético e uma direção intensa, o ator se debruça e nos apresenta uma atuação que ficará marcada na teledramaturgia. A geração de Miguel nos dá orgulho. E nos orgulha também ver brotando atores como Gabriel.
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