Por Rodrigo Ferraz
Na abertura as primeiras pessoas do casting a serem citadas são Lilia Cabral, Maria Fernanda Candido, Juliana Paes, Isis Valverde e Paolla Oliveira. Pudera, a novela é delas. Juliana e Isis já haviam trabalhado com Gloria Perez, mas as outras três não... E a autora mais independente da Globo mostra todo o seu poder nessa novela feminina e muito bem sucedida!
Quando digo que Gloria é a autora mais independente do país é principalmente pelo fator de escrever suas novelas sozinha, não tem colaboradores, mas não abre mão de seus pesquisadores, como por exemplo Fábio Fabricio Fabretti, o ótimo biografo que por sinal já esteve aqui para uma entrevista. Gloria em A Força do Querer mostra toda a força da mulher, e isso é fazer uma novela feminina, se antigamente a mulher queria água com a açúcar, agora a mulher quer ver o empoderamento das mais diversas formas, mesmo que seja pra ver de forma torta, como vemos a maioria das personagens principais.
Lilia Cabral, a primeira atriz creditada vive Silvana, se ela não é a protagonista absoluta da trama, ela é o respiro cômico, cômico naquelas né, pois o seu drama em ser compulsiva por jogos faz um personagem versátil, e Lilia com toda a sua versatilidade mostra que Silvana é mais um grande papel pra sua galeria de grandes papéis. Maria Fernanda Candido vive Joyce, uma perua fútil, que vive de expectativa, ora com os filhos, ora com o marido, ora com a vida, e por isso naturalmente sofre, a atriz de volta as novelas (não fazia uma inteira desde Como uma Onda há 13 anos) esta em um bom momento da carreira.
O que falar de Bibi?? Juliana Paes, a terceira atriz a ser creditada vive um personagem repleto de camadas, não da pra julgarmos nem como vilã muito menos como mocinha, amoral? Até é, mas é uma baita mãe. Estudante dedicada, mas ao mesmo tempo se corrompe graças ao amor (amor nada, paixão, pois paixão pode ser doença, amor não), esse sentimento doentio que sente pelo marido. Juliana arrasa, a atriz que a cada papel se supera se mostra não só ótima atriz como uma das melhores de sua geração.
Isis Valverde faz de sua Ritinha um personagem meio abobado, bem inconstante, e volúvel... Mas pera lá essas poderiam ser características de uma sereia não?? Então ponto para atriz, que faz um sotaque bonitinho (agora se lembra o sotaque paraense são outros 500). Enfim chegamos a Jeiza, personagem defendido por Paolla Oliveira, a única mocinha da história, quando digo mocinha é por ela ser a única aparentemente sem defeitos, sim a lutadora e policial é estourada, mas é cheia de caráter, é uma filha controladora e uma namorada zelosa, Paolla está segura e faz um papel diferente do que está acostumada.
Repararam, como as três últimas personagens que cito foram criadas por mães solteiras (ou viúvas?), Gisele Fróes vive mãe de Jeiza e da um tom cômico sem ser pastelão para sua personagem, a atriz nem de longe lembra, a maioria de seus papéis, já a mãe de Bibi é sofrida e muito bem defendida por Elizangela, e a mais cômica é a mãe de Ritinha, Zeze Polessa deita e rola. Debora Falabella vive um grande momento com sua Irene, Carol Duarte estreia com o pé direito e sua Ivana se torna um marco, Juliana Paiva tem mais a função de "orelha" mas nas cenas que exigem algo mais da atriz ela da super conta do recado. Claudia Mello e Karla Karenina são bem mais que empregadas, são verdadeiros eixos para seus respectivos patrões. Totia Meirelles e Bruna Linzymeyer são muito talentosas, poderiam ser melhor explorados.
Veja você numa novela empoderada repleto de talentos e personagens femininos impactantes uma das atuações masculinas que se sobressai é de Silvero Pereira, o multifacetado ator vive Nonato que de vez em quando vira Elis Miranda outro alivio cômico da novela sem deixar de ser um mershan social. Falando em trans, a teledramaturga também ousa ao dar para Maria Clara Spinelli, atriz trans um papel de cisgênero. Parabéns a Gloria Perez pelo sucesso alcançado, a trama merece ser acompanhada mesmo!
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