Por Rodrigo Ferraz
Muito se fala da (ótima) atuação de Leticia Colin em Novo Mundo, como grande destaque da trama das 18h, ou o núcleo de humor formado por Ingrid Guimarães, Guilherme Piva, Vivianne Pasmanter e Cesar Cerdadeiro, de fato eles estão impecáveis, mas quero falar sobre o núcleo indígena da novela, e quanto seus personagens tem uma importância para os dias de hoje.
Rodrigo Simas vive Piatã, é seu melhor momento na televisão, acompanho o ator desde Poder Paralelo e posso afirmar que nunca o vi tão bem, e olha que é o papel mais difícil da sua carreira. Piatã nasceu índio, mas foi adotado por um europeu e foi criado como branco, já devia ser olhado com preconceito pelos brancos, seu jeito diferente o fez procurar suas origens ao chegar no Brasil, chegando na aldeia dos Tucuranés ele também por um bom tempo foi um estranho. Nos tempos exilados da própria terra vemos imigrantes sírios e outras nacionalidades expulsos de suas terras, vejo uma comparação nítida mas nas entrelinhas, o que me empolga.
Giulia Buscaccio depois de emendar I Love Paraisópolis em Velho Chico faz da sua Jacira um personagem forte, instigante, uma índia empoderada, dona de suas vontades, totalmente diferente do que se víamos naquela época e numa aldeia, a atriz mostra que é dos melhores nomes da sua geração, cada papel parece uma atriz diferente de tanto talento que tem... Voltando a falar de sua personagem, nunca a força da mulher foi tão destacada pela humanidade não é à toa o termo empoderamento, mais uma vez os dias de hoje relacionado com esse núcleo.
Allan Souza Lima, Jurema Reis, Daniel Dantas, Roney Vilela são outros nomes a destacar nesse núcleo, vale a pena as cenas pela interpretação, pelo texto saboroso dos autores da novela, e pela direção cuidadosa de Vinicius Coimbra e demais diretores.
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