Por Rodrigo Ferraz
A cada papel que passa Luiza Lemmertz se aprimora e evolui como atriz! Filha da atriz Julia Lemmertz e neta dos atores Lineu Dias e Lilian Lemmertz, já trabalhou com consagradores diretores de teatro, agora faz mais um desafiador papel: Diadorim, em Grande Sertão: Veredas, com direção de Bia Lessa. Na entrevista a seguir ela fala sobre o papel atual, sua trajetória artistica e muito mais...
- A cada papel que passa, percebo uma franca evolução do seu trabalho. Você se sente colhendo frutos de todo o investimento em sua carreira?
A evolução pode vir das experiências adquiridas com o passar do tempo. Cada trabalho é uma oportunidade de aprender, sempre. Fico feliz que você perceba uma evolução no meu trabalho, como espectador. Porém, não consigo enxergar por esses aspectos - frutos e investimentos. Existe um caminho que não é estratégico, que é o da própria vida, que se impõe.
- Qual era, até o momento, sua relação com o livro Grande Sertão: Veredas? A minissérie fez muito sucesso quando exibida. Você buscou vídeos para assistir ao receber o convite para viver Diadorim?
Resvalei no livro na época da escola e voltei a ele quando cheguei no projeto da Bia. É, sem dúvida nenhuma, uma das obras primas da literatura brasileira e mundial. Me falaram da minissérie mas ainda não assisti. Pesquisei mais filmagens de onças, pássaros, armas, figuras masculinas.
Luíza Lemmertz como Diadorim - Foto:Roberto Pontes
Tive apenas um mês de ensaio e infelizmente não estive presente no momento da construção da linguagem corporal do espetáculo, feita com a maravilhosa Amália Lima. Esse foi um dos aspectos do trabalho que mais me encantou também. O espetáculo é quase uma coreografia onde nossos corpos se transmutam em bichos, plantas e humanos o tempo todo. Exige que nós atores sejamos atletas.
- Você é conhecida por trabalhar com grandes mestres: José Celso Martinez Correa, Antunes Filho e agora a Bia Lessa. Como foi a experiência com cada um?
Estreei no teatro com o Zé Celso, que foi quem me iniciou no fazer teatral. Ele é pra mim como um regente de orquestra, um maestro, pois no Oficina são sempre muitos artistas trabalhando juntos, em muitas áreas. Foi lá que eu aprendi como é estar em uma companhia e se dedicar integralmente ao teatro. Tempos depois fiz o curso anual que o Antunes promove no CPT, curiosa em descobrir outras maneiras de se fazer teatro. Antunes é aficionado no trabalho do ator, e nos conduz a uma pesquisa profunda, transcendental. A Bia é pra mim uma das nossas grandes diretoras, sempre tive muito desejo de trabalhar com ela. Tem sido uma honra e um aprendizado infinito.
É como nascer em uma família de circo. Tudo que você sabe é aquilo, todo seu universo. Então, sim, foi uma influência muito natural. Mas eu desconfiei por parecer tão óbvio, quis me entender sem aquela influencia toda. Com o tempo compreendi que era mesmo o que eu queria fazer. Então me senti amparada e orgulhosa da minha herança familiar.
- E a Luiza na TV e no cinema? Podemos ter esperanças de ver também?
Esse ano fiz meu primeiro longa que se chama "A Casa do Girassol Vermelho" do Éder Santos e Thiago VillasBoas. Deve estrear ano que vem.
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Sobre o entrevistador
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