Por Rodrigo Ferraz
Eu já falava no profile de Henrique Zambelli em 2012 de como ele incansável, e olha que ele na época fazia bem menos coisas que faz hoje em dia! Escritor, diretor, ator, radialista e muito mais, ele lança o bem humorado livro Cutucadas de Luz. Na entrevista abaixo fala sobre o livro, comenta também momentos marcantes na carreira no teatro, na TV e muito mais. Vamos conferir?
Vamos começar a falar do livro, é seu primeiro? Cutucadas de Luz nasceu como?
Sim, é meu primeiro livro. Surgiu, como tudo na minha vida, por acaso. Eu estava numa livraria e vi um livro nesse estilo do meu. Percebi que havia muitas citações de autores e filósofos, mas nada inédito. Como eu já tinha várias frases com mensagens de autoajuda e de ironia com humor e inéditas, da minha autoria, pensei em compilar tudo num livro no estilo Minutos de Sabedoria, no qual o leitor abre aleatoriamente numa página e sai para ela uma mensagem que pode ser algo mais sério ou uma brincadeira.
Sua carreira é marcada por dramas mexicanos e comédia, não é? Foi por acaso isso também? Ou são escolhas?
Sim, tudo por acaso, embora minha preferência seja mais a comédia!
Como surgiu então as adaptações de novelas Mexicanas?
A minha preferida foi justamente a primeira "Pérola Negra", porque foi a estreia e é a que teve o texto mais livre e próximo do meu estilo.
E seus personagens?
Eu gosto muito de personagens que tenham um certo humor. Então me divirtia muito com as cenas da vilã Amparo de Marisol, com as da Rosália de Pérola Negra, algumas tiradas da própria Pérola com a Eva e o Tomás da Pérola Negra.
Com Glauce Graieb, a Amparo de Marisol.
Como é o seu processo para criar meus personagens?
Primeiramente observo a realidade. Muitos personagens são adaptações de pessoas reais misturadas em uma só. E gosto muito de pesquisar a respeito do universo em que essas pessoas viveriam para que fique o mais convincente possível. Não só dados históricos, mas psicológicos, comportamentais, sociais.
No mesmo SBT você também fez o Sem Controle, um programa de humor, nele você até revelou a Dani Calabresa... Como foi essa experiência?
A Dani Calabresa já era conhecida no meio teatral, fazendo shows de humor, mas ainda não conhecia o trabalho dela. Me indicaram e a chamei pra um teste. Foi um teste bem simples, ela apenas leu um texto e eu já vi que ela tinha tempo de comédia. Foi aprovada no mesmo dia e começou a gravar imediatamente. Pelo visto, eu não estava enganado quando a contratei, não é?
E suas peças Henrique? Você atuou alem de ter escrito em uma delas, né? Gostou disso?
Sim, atuei em uma peça que eu escrevi e dirigi, também por acaso. Um ator não pôde fazer uma apresentação e acabei substituindo-o. Depois participei de mais 4 ou 5 peças de outros diretores e me profissionalizei como ator. Foi uma experiência legal porque me serviu como um aprimoramento do meu trabalho escrevendo e dirigindo..
Com o elenco do seu espetáculo A Segunda Dama
Escrever ainda é o favorito?
Não, é dirigir. Eu gosto de escrever as peças que eu mesmo vou dirigir... Tenho uma certa dificuldade em ver meus textos nas mãos de outros diretores, confesso.
E o radialista? Como surgiu essa vertente?
Eu sou formado em Rádio e TV pela FAAP há quase 23 anos. E uma das atividades que eu aprendi na faculdade era fazer programas de rádio. O convite que eu tive para fazer um programa no rádio há algum tempo foi também por acaso... rs Nunca imaginei que tivesse comunicabilidade suficiente para comandar um programa assim, mas acabei fazendo um programa de 3 horas de duração, mesmo não tendo uma voz de locutor padrão.
Então o convite para radio veio de ser youtuber?
Acredito que sim. Eu fui a uma entrevista na rádio e o diretor me convidou porque já tinha visto meu trabalho no youtube. Mas eu posso te dizer com toda certeza que tudo veio do teatro. Foi ali que eu realmente me soltei para falar em público. O teatro é meu grande pai.
Qual seria o projeto dos seus sonhos? Detalha, inclusive vale escalar quem não está mais entre nós.
Eu não costumo ter projetos, aliás odeio essa palavra projeto... Mas eu tenho um texto inédito que gostaria muito de montar em breve. É talvez a minha primeira comédia mais reflexiva, falando sobre temas mais polêmicos. Chama-se Nesta Data Querida, mas ainda não pensei em um elenco. Vou deixar o acaso também decidir o que vai acontecer... rs. A peça tem dois personagens apenas. Talvez uma Maria Gladys e um Leo Jaime ficariam ótimos nos personagens.
Com Rosaly Papadopol
Rosaly Papadopol, atriz que já atuou em Marisol, adaptação de Zambelli também fez uma pergunta especialmente para ele...:
Você é uma pessoa muito leal e amiga. Como faz para manter as amizades nesse meio onde as relações são tão efêmeras. Ou seja uma hora estamos com um grupo de pessoas e outra hora com outras... O que gostaria de escrever e nunca escreveu??
O segredo é ser sempre eu mesmo, sem tentar me modificar para agradar aos outros a minha volta. Quem gostar de mim, vai gostar pela minha verdade e certamente essas relações acabam sendo muito
mais duradouras. Eu gostaria de escrever mais programas de linha de shows e de entretenimento, não necessariamente na área de dramaturgia.
P.s.: Como adquirir o livro?? Só ir ao site dele: www.henriquezambelli.com.br
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Sobre o entrevistador
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