Por Rodrigo Ferraz
Eis que a segunda parte das minhas peças favoritas está no ar, vamos conferir? Mais uma vez uma galera especial escreveu sobre peças que adorei ter visto, e elas também...
Homenagem a um grande diretor e ator feita por outro ator e diretor.
Elias conheceu bem Fauzi Arap e leva para o palco a sua alma e leva também inquietações pessois e que com certeza, é a inquietação de todo artista que acredita no teatro como meio de salvação do caos.
Arap é a loucura do artista e toda a sua energia em prol da criação de peças instigantes.
Elias é luz em cena. Dedica a sua vida ao Teatro e emociona com a sua interpretação, todo artista tem que ver, aliás, quem ama o teatro tem que ver!
Nanda Rovere, jornalista e assessora de Imprensa, dona do site De Olho na Cena.
Quando fui assistir Tebas land, fiquei impressionado com o cenário; ele era simples, rico e extremamente significativo. Não posso de deixar de destacar a metalinguagem ela "conversa" com o cenário. A decisão de quebra de quarta parede constante é um meio que me fez gostar ainda mais da peça!
Rogerio Vieira, gerente de logística e advogado.
A visão do diretor Jorge Farjalla para o clássico O Mistério de Irma Vap é uma lufada de ar fresco cheia de referências. Para mim, que não vi a primeira montagem da história de Charles Ludlam, com os soberbos Ney Latorraca e Marco Nanini, sob a direção de Marília Pêra, e que ficou em cartaz por inacreditáveis 11 anos, entre 1986 e 1997, talvez seja mais fácil afirmar que essa nova montagem é um espetáculo irretocável. Até porque, não devem ser nada agradáveis as comparações que os talentosíssimos Mateus Solano e Luís Miranda, provavelmente receberam dos saudosos fãs do clássico besteirol oitentista.
Mas guardadas as devidas proporções, Farjalla foi extremamente feliz ao montar o espetáculo 21 anos depois das cortinas se fecharem para as inesquecíveis atuações de Latorraca e Nanini em Irma Vap. O texto, atualíssimo, brinca com o famigerado governo que nos atordoa, tentando sufocar a arte e a cultura, entre outras coisas. Os protagonistas estavam em estado de graça ao dar conta, com extrema competência, não só das piadas hilárias, mas também da troca de figurinos, a correria no palco e os números musicais. Com um cenário impecável, pensado pelo diretor para ser um trem-fantasma e a participação de atores dançarinos que acompanham os dois protagonistas nas coreografias, O Mistério de Irma Vap com Solano e Miranda é um deleite de quase duas horas que não se sente passar. As gargalhadas são arrancadas com gosto e Luís Miranda é um deslumbramento a parte, roubando muitos momentos, inclusive, ao fazer uma imitação impagável de Ney Latorraca.
Apenas um detalhe, que talvez tenha me tirado 0,1% de satisfação. A quantidade de figurinos, que era imensa na montagem original, foi drasticamente reduzida nessa. Mas esse é um detalhe absolutamente justificável, com tantos figurinos, a versão de Jorge Farjalla poderia perder em dinamismo e ritmo, e talvez o cenário de trem-fantasma, um dos grandes charmes dessa montagem, ficasse impraticável. No saldo geral, O Mistério de Irma Vap na visão de Jorge Farjalla, é um dos melhores espetáculos de 2019 sem resquício de dúvida.
Esdras Bailone, professor, escritor, roteirista e YouTuber dos canais: Toque de Cultura e Você viu a novela ontem?
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