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7 motivos para assistir ‘A Gata Comeu’ no Globoplay

Por Natália Rocha

O streaming Globoplay é um verdadeiro oásis quando o assunto é conteúdo, contando com uma grande diversidade de filmes, novelas, séries, documentários e a possibilidade de acompanhar canais ao vivo.

Em se tratando de novelas, graças ao “Projeto Resgate”, que visa colocar na plataforma obras antigas do acervo da emissora a cada 15 dias, e o “Projeto Originalidades”, com objetivo de disponibilizar na íntegra as novelas que foram exibidas no Vale a Pena Ver de Novo nos últimos anos, podemos enfim ter acesso a alguns dos grandes clássicos.

Com pelo menos três novelas por mês sendo colocadas no catálogo, são muitas as opções para assistir. Acredito que não só eu, mas você deve fazer aí uma listinha de novelas que deseja ver ou pelo menos, ao acessar o streaming, com certeza fica na dúvida em qual clicar primeiro.

Recentemente, terminei de assistir a novela ‘A Gata Comeu’ (1985) de Ivani Ribeiro. Sempre ouvi muitas coisas sobre esta novela e assim que ela entrou no catálogo eu resolvi dar o play e conferir a produção.

A novela foi exibida originalmente em 1985 no horário das 18h. Cultuada por uma legião de fãs, já ganhou reprises em 1989 e 2001 no Vale a Pena Ver de Novo e em 2016 no Canal VIVA. Acredito que quem é noveleiro, com certeza já assistiu essa novela ou já espiou alguma cena. Para os que ainda não assistiram a trama de Ivani Ribeiro, listo aqui 7 motivos para você dar uma chance a este clássico:

1.  Possibilidade de conferir um remake

Logo / Reprodução: Internet

Quando o assunto é remake de novela, temos sempre um longo debate que divide opiniões: de um lado estão os que adoram e que criam listas de novelas que poderiam ganhar uma releitura e do outro estão os que pensam que algumas produções não devem ser mexidas.

Escrita por Ivani Ribeiro, A ‘Gata Comeu’ é um remake da novela ‘A Barba Azul’, também da autora, exibida na TV Tupi entre 1974 e 1975 com Jô Penteado (Eva Wilma) e o Professor Fábio (Carlos Zara).

A versão de 1985 exibida na Globo tem praticamente a mesma história, com poucas mudanças e algumas atualizações. Christiane Torloni foi o destaque e ficou eternizada no papel da caprichosa, mimada e briguenta Jô, que lutou muito para conquistar o coração do professor Fábio Coutinho vivido por Nuno Leal Maia, que tinha um temperamento oposto ao dela, sempre certinho e muito sério. O casal que brigava feito gato e rato rendeu momentos de diversão e sucesso.

2. Título bem inusitado

Ao ver uma novela com o nome ‘A Gata Comeu’ você deve se perguntar: “O que a gata realmente comeu?”

Jô Penteado era chamada por todos pelo seu apelido de Lucrécia Bórgia, por ser uma mulher que fazia os seus noivos sofrerem. Isso mesmo, ela teve 7 pretendentes e nunca se casou. O título ‘A Barba Azul’ na TV Tupi justifica o apelido.

A referência para o título ‘A Gata Comeu’ está na música de Caetano Veloso que foi gravada pela banda Magazine e virou o tema de abertura da novela: “Ela comeu meu coração, trincou, mordeu, mastigou, engoliu, comeu…”. Quem fazia tudo isso era Jô, que comia o coração dos seus pretendentes.

Reprodução: TV Globo

3.    3. Trilha sonora

Falando em música, a trilha sonora da novela foi um grande sucesso com: “Só pra o vento” (Ritchie) tema da protagonista Jô; “Choro” (Fábio Jr) tema de Edson; “Seu Nome” (Biafra) tema de Paula; “Amigo do Sol, Amigo da Lua” (Benito di Paula) tema de Fábio e seus alunos; “Tipo One Way” (Ciclone) do casal Babi e Tito, entre outras.

Já a trilha internacional contou com: “Forever By Your Side” (The Manhattans) tema do casal Jô e Fábio; “I Should Have Known Better” (Jim Diamond) tema de Edson e Lenita; “Heaven” (Bryan Adams) tema de Babi e Zé Mário; “I Was To Born To Love You” (Freddie Mercury) tema de Tony; “Just Another Night” (Mick Jagger) tema de Jô.

Uma curiosidade sobre o LP internacional da novela é que ele teve duas versões. A primeira leva dos discos tiveram que ser recolhidas das lojas, pois não obteve uma autorização da gravadora de Madonna para que a música “Crazy For You” entrasse na fita cassete e no LP.

A segunda versão do LP foi lançada com a música “Smooth Operation” (Sade) tema de Alice. Essa versão com música da Madonna é uma relíquia que com certeza os colecionadores de LP gostariam de ter na coleção.

Arte disco/ Reprodução: TV Globo

4.   4. Entre tapas e beijos

Não, esse quarto motivo não é um destaque para música de Leandro e Leonardo ou uma menção à famosa série estrelada por Andréa Beltrão e Fernanda Torres.

Hoje isso soa politicamente incorreto, mas a relação entre Jô e Fábio era baseada em tapas e beijos, literalmente. Fábio tinha o seu bordão “Bateu, levou” e um revidava o tapa do outro e a situação gerava uma grande confusão.

Graças a Deus, as coisas evoluíram quando o assunto é conscientização da violência contra a mulher e hoje temos consciência de que esses tapas de Fábio são errados e inaceitáveis. ‘A Gata Comeu’ tem um tom de trama de forte apelo infantil e cheia de aventura, mas violência não tem nenhuma graça e é inadmissível.

Esse ponto é importante e nos faz refletir o quanto evoluímos ou não em algumas questões. Eu, particularmente, quando assisto a novelas mais antigas, faço esse exercício de avaliar todos os assuntos que estão sendo abordados na trama e pensar se do seu ano de exibição para cá, se realmente avançamos ou regredimos nas questões.

Jô Penteado (Christiane Torloni) e Fábio (Nuno Leal Maia)/ Reprodução: TV Globo

5. Abertura

Criada por Hans Donner, a abertura da novela ao som de “Comeu” marcou época e é sempre lembrada pelos noveleiros. A linguagem gráfica e identidade visual era cheia de formas geométricas e cores vibrantes.

Abertura/Reprodução: TV Globo

6. Os vigaristas e casais

Jô e Fábio eram o grande casal da novela, mas não era o único. A trama teve uma galeria de casais e vigaristas: Tetê e Gugu (Marilu Bueno e Cláudio Corrêa e Castro) brigavam o tempo todo feito duas crianças, ela ao ficar grávida tinha desejos inusitados e obrigava o marido a satisfazê-los. Zé Mário (Élcio Romar) fingia-se de cego para se aproximar de Babi (Mayara Magri) que lia para ele. O malandro Oscar (Luiz Carlos Arutin) dizia-se doente para não trabalhar e ficava paquerando a mulherada na praia. O velho era sustentado pela esposa Conceição (Dirce Migliaccio). O garçom Vitório (Laerte Morrone) se passava por um Conde italiano para enganar Gláucia (Bia Seidl), a esnobe e invejosa irmã de Jô.

7. O Clube dos Curumins

Para o público infantil, o grande apelo da novela não era o casal Jô e Fábio, mas o “Clube dos Curumins”. O grupo era formado por sete crianças que se reuniam para discutir suas brincadeiras e discutir problemas comuns.

O Clube tinha os irmãos Cuca (Danton Mello, aos 10 anos estreando em novelas) e Adriana (Katia Moura) filhos de Fábio; os irmãos Ceceu (Rafael Alvarez) e Verinha (Juliana Lucas Martin); Nanato (Silvio Perroni); os irmãos Xande (Oberdan Jr. aos 14 anos, um ator conhecido da época) e Suely (Juliana Martins, também estreando em novelas aos 11 anos).

Parte dos Curumins/ Reprodução: TV Globo


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Autora: Natália Rocha

Paulista, jornalista formada pela Belas Artes (Centro Universitário Belas Artes De São Paulo). É apaixonada por astrologia, teledramaturgia e literatura. Sua paixão pela cultura é tanta, que decidiu criar um blog e um perfil no Instagram para falar mais sobre o que gosta e compartilhar ideias.


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