Por Rodrigo Ferraz
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Para quem não sabe, o título original de Quanto Mais Vida, Melhor! era A Morte pode esperar! E assim foi no último capítulo, quando a Morte esperou e resolveu dar mais um tempo para os 4 protagonistas: Neném (Vladmir Brichta), Paula (Giovanna Antonelli), Guilherme (Mateus Solano) e Flávia (Valentina Herszage)
Para muitos, isso foi um desrespeito do escritor Mauro Wilson. Já eu, achei que o final se valeu de uma licença bonita. A morte de Roni (Felipe Abib), acabou por celebrar a sua redenção, dele que era praticamente a ovelha perdida da família de neném.
Neném, o craque de coração grande
Neném era o personagem mais cheio de valores, supercuidadoso com as filhas, Tina (Agnes Brichta) e Bibi (Sara Vidal); com as ex-mulheres Jandira (Michelli Machado) e Betina (Carol Garcia); com a mãe (Elizabeth Savalla); e com seu treinador-padrasto Osvaldo (Marcos Caruso). Ele era um poço de carinho com todos, só não muito com o pai, Edson (Stepan Nercesian) que abandonou.
Eternamente apaixonado por Rose (Bárbara Colen), ele era o grande alvo romântico de Paula, e, caramba, como era gostoso torcer por #Nenare!
Brichta e Antonelli tinham química, alegria em cena e muitos momentos engraçados, até mais do que momentos apaixonados.
Paula Terrare, o que há de melhor.com
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Paula, que na verdade se chamava Eliete, tinha vários conflitos instigantes. Além do amor por Neném, em alguns momentos não correspondido, víamos também uma relação conturbada com Antônia, a Toninha (Jussara Freire), que não era só a sua governanta, era na verdade a sua mãe.
Conhecemos mais do passado de Paula, quando ela ainda Eliete, nas sequências de flashback, em que a promissora Giulia Costa (filha de Flávia Alessandra) dava vida à personagem - uma atriz que merece mais papéis.
Paula também tinha um conflito difícil com a filha Ingrid (Nina Tomsic). O relacionamento delas foi amadurecendo e ganhando contornos carinhosos, distantes da cobrança apresentada no começo.
E o que falar do duelo com Carmen (Julia Lemmertz)?
As atrizes, que fazem aniversário no mesmo dia e que já foram irmãs em Em Família (2014), tinham uma rixa no melhor estilo Victor Valentin X Jacques Leclair no ramo dos cosméticos. Era delicioso assistir!
Mas seu maior conflito, com certeza, se deu quando descobrimos que ela era a mãe de Flávia. Muitas angústias, muitos momentos carinhosos e de zelo se deram entre elas
Flávia, a nossa graciosa Pink
Valentina Herszage é uma atriz que, a cada trabalho que passa, mostra mais o seu valor. Em um momento solar, segurou com unhas e dentes a sua protagonista, além de cantar lindamente em vários momentos da novela.
Por sinal, eram uma delícia as sequências em que todos os protagonistas cantavam, como se estivessem sintonizados pelas emoções. Mas cantora para valer era a Flávia.
Além dos conflitos relacionados à maternidade, que no final ganham novos contornos com a descoberta de que Paula era sua mãe, vimos também uma relação bonita da dançarina com seu pai, o Juca (Fabio Herford), e também a vimos convivendo às turras com a madrasta Odete (Luciana Paes). Atores perfeitamente escalados, de tão bem que estavam.
Mesmo com o seu caráter mais dúbio, entre os quatro protagonistas, Flávia era a que mais queria amadurecer e se apaixonar. Se envolveu com mais de um personagem, mas seu grande amor era Guilherme (Mateus Solano).
Guilherme, o doutor das galáxias
Solano viveu nessa novela um momento muito feliz da sua carreira. O cirurgião era no início um médico arrogante, mas de coração generoso. Um pouco mais ciumento do que devia no seu casamento com Rose (infelizmente, Bárbara Colen não estreou tão bem na TV, e a culpa nem foi dela).
Guilherme também tinha conflitos com a mãe, Celina (Ana Lucia Torre vivendo mais uma víbora) e com seu filho Antônio, o Tigrão (Matheus Abreu) - que na verdade não era seu filho, mas que ele criou como se fosse -. A partir da ameaça de morte, Guilherme começa a se empenhar em se tornar um grande pai.
Coadjuvantes: turma boa
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Nany People, fazendo uma recepcionista de motel
épica, a Lurdes, e seu álter ego, a vidente Madame Lu. Uma composição deliciosa
dessa que, graças a Deus, está cada dia mais valorizada.
Destaco ainda: Zezeh Barbosa, Thardelly Lima,
Evelyn Castro, Pedroca Monteiro, Felipe Hintze, Michelli Machado e Caio
Manhente.
O texto de Mauro Wilson foi
feliz, existiu uma barriguinha aqui e ali, mas em geral foi bem
criativo. E a direção inspirada de Alan Fitterman foi um dos maiores gols
da novela, assim como a trilha sonora.
E você gostou de Quanto mais vida, melhor?
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Autor: Rodrigo Ferraz
Paulistano, diretor, ator, produtor e jornalista. Sua fome de cultura faz ele transitar nas mais diversas áreas, sem abrir mão de ser também público de teatro, televisão e cinema. Acredita que a cultura salva.
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