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Uma grata surpresa chamada Além da Ilusão

Por Rodrigo Ferraz

Quando surgiram as primeiras notícias sobre Além da Ilusão, achei que a trama não seria tão empolgante. A pandemia veio e adiou a novela por mais de um ano. Além disso, Pedro Vasconcelos, que seria o diretor artístico, deixou o projeto passando a responsabilidade para Luiz Henrique Rios. Sem falar também nas diversas trocas ocorridas no elenco, que, no final das contas, foi tão bem escalado que pareceu que a autora, Alessandra Poggi, escreveu a novela pensando nesses atores. Com a obra no ar, me vi surpreendido. 

Rafael Vitti e Larissa Manoela estão entre os nomes do elenco que não foram trocados e seguraram super bem os protagonistas. Rafael, em seu papel mais maduro na TV, se mostrou um ator em evolução. Já Larissa, em seu primeiro trabalho na Globo, - de cara uma protagonista - deu conta do recado, embora fosse para o over em alguns momentos, nada que tenha comprometido o resultado de seu trabalho. Ela, que na primeira fase viveu Elisa, se mostrou ainda mais segura quando viveu Isadora. 

Danilo Mesquita viveu Joaquim, que a todo custo tentou conquistar Isadora, sem obter sucesso. O ator esteve ótimo, porém, poderia ter tido um pouco mais cuidado com sua prosódia, seu sotaque baiano contrastava com a novela passada em Campos dos Goytacazes, interior carioca.

A novela foi dos atores maduros. Malu Galli esteve super inspirada como Violeta: irmã zelosa, uma mãe amorosa que sofreu nas mãos de Matias (Antonio Calloni), principalmente por causa da esquizofrenia deste e também por não se entregar completamente ao amor por Eugênio (Marcello Novaes). Calloni, - na minha opinião em seu melhor momento como ator - também estava inspirado. 

Marcello Novaes, que viveu Eugênio, se mostrou seguro com seu personagem. Barbara Paz viveu Úrsula, uma vilã com traços "Nazarethicos". A obsessão em conquistar Eugênio era muito mais por dinheiro do que por amor a ele. Paz mandou muito bem. 

Meu casal favorito da novela foi formado por dois atores que admiro muito: Paloma Duarte e Eriberto Leão. Heloisa e Leônidas demoraram pra deslanchar como casal, mas foi lindo quando aconteceu. Heloisa sofreu muito por ter sua filha doada por seu pai. Paloma, como é de praxe, fez cenas impressionantes, como quando descobriu que Olivia, vivida pela talentosa Debora Ozório, era sua filha - o reencontro delas foi ótimo - ou quando, no velório de seu pai,  Afonso (Lima Duarte), a personagem alcoolizada falou poucas e boas para o morto,  para mim a cena mas a mais inesquecível. 

A novela, que se encerrou nessa sexta (19/08), somando todos esses elementos que citei, foi uma delícia de acompanhar, uma grata surpresa!

***

Sobre o autor

Autor: Rodrigo Ferraz

Paulistano, diretor, ator, produtor e jornalista. Sua fome de cultura faz ele transitar nas mais diversas áreas, sem abrir mão de ser também público de teatro, televisão e cinema. Acredita que a cultura salva



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